sexta-feira, 25 de novembro de 2011
Gosto de Brasil
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
Vinhos e mais vinhos, todos especiais
Comecamos com o champagne De Souza, feito por um descendente de portugueses na cidadezinha de Avize, uma delicia de cidade champanheira. Cuvée 3A brut Grand Cru, ums assemblage de tres grand cru: Avize, Ay e Ambonnay. Um champagne sequinho, mineral, refrescante, com jeito de verão. Depois o Vouvray Sec 2007, um vinho feito 100% com chenin blanc, cheio de nuances. E meio um ilatliano, La Rocca 2007, 100% Garganega, surpreendente. Uma pequenissima produção do Veneto: 32 mil garrafas.
E começou a farra: um Rebula Opoka 2007, vinho esloveno. Show que quase deixou o paco um Albariño de Fefiñanes, 2007, das Rias Baixas da Galicia, uma terra em que as vinhas vão quase até a beira do delta do rio e seu encontro com o mar. Sabe a marisco, tem um quê de salgadinho. E então o arraso: um vinho do Jura, o Côtes du Jura Savagnin 2004, sabendo a jerez, daquele jeito que só os vinohs do Jura sabem ser... Mais? Sim, mais! O primeiro dos tintos
Korta Katarina, Plavac Mali 2007, agora um croata! Um ceirinho de anchova, de alicci, totalmente mediterrâneo. E o desfile dos classicos franceses, um Vacqueyras, um Nuits Saint Georges. E então um alemão: Spatburgunder Dernauer Pfarrwingert 2007, um pinot noir interessantíssimo. E um Chinon, feito de vinhas velhas, de 57 anos, cem por cnto cabernet franc espetacular e mais novidades: um Teodor Rdece Selekcija 2008, outro esloveno, que permanece na madeira por 45 meses, quase quatro anos, sim senhores! Imaginem os aromas e sabores que tinha essa jóia. De ainda tivemos um húngaro, produzido por Attila Gere, um merlot muito bom e um siciliano, o Gulfi Nerobufaleffj 2006. Foi um desfile de top models! E não acabou aí porque depois dessa degustação veio o almoço e com ele mais três mimos: um Ferrari, riserva Lunelli 2003 do Trentino com seu gosto de vinho da montanhae do frio, um tinto do Minervois, com seu sabor de grenache, carignan, syrah. Umas das combinaçoes de uvas que mais gosto e pra terminar um Marsala, ah, o Marsala... E uma saudade dos gostos e dos perfumes de uma deliciosa tarde.
terça-feira, 15 de novembro de 2011
Gambas, búzios, lingueirōes, camarōes espinho, tigres de moçambique, vieiras escocesas, ostras galegas, percebes...
segunda-feira, 14 de novembro de 2011
Duas línguas diferentes
Eu adoro Portugal e seu povo. Sou neta de portugueses de Sabrosa, na região do Douro, um lugar de vinhos divinos. Mas, sem duvida alguma falamos línguas diferentes. Primeiro é a voz do GPS do carro que insiste em nos mandar: "saia na saída". E a gente ri e obedece. Nessa nossa viagem, aprendemos a fazer o pão alentejano, na Herdade da Malhadinha Nova, em Albernôa. Estávamos no inicio da aula e nossa instrutora explicava como misturar a farinha, a água e fermento. Eu perguntei se ela fazia tudo na mão, ou seja, se o preparo era manual, sem maquinas de bater massa. E ela :
- Nããão! Na tigela. De outro modo tudo se escapa!
Ora, pois!
Celebrando essas divertidas diferenças e as inúmeras afinidades, encerro assim nossa viagem aos Caminhos de Portugal.
Até a próxima viagem!
Enviado via IPad por Sandra Moreyra
Last dance
E como se orgulham de seus produtos, de sua terra, de seus desafios!
O trabalho é imenso. Mas essa gente é capaz de coisas incríveis. Vimos uma família que em treze anos transformou uma terra abandonada em uma fazenda linda, cheia de vinhedos e olivais, um criadouro de animais, adegas e um hotel de charme.
Eles domam o solo, a seca, o clima. Estudam e dominam o cultivo de cada casta de uva. E o vinho que fazem é a legitima expressão da diversidade dessa terra. Por isso, quando chega a hora de voltar, já temos saudade do que vamos deixar para trás.
Antes disso, vamos à Bica do Sapato, o restaurante que o pessoal do Papaçorda montou em Santa Apolônia em sociedade com o ator John Malkovich e a atriz Catherine Deneuve. Um brunch diferenciados contemporâneo nos aguarda, depois do festival de tradição que vivemos durante a semana no interior.
domingo, 13 de novembro de 2011
Ultimo dia de viagem
Estamos em Lisboa e é nosso ultimo dia de viagem. Espero que vocês tenham curtido os posts, as impressões de cada lugar, do Alentejo e Setúbal, as observações sobre os vinhos, os detalhes das comidas que provamos por aqui. O povo português é absolutamente atencioso. São uma gente que a primeira vista por parecer mais fechada do que é realmente. Depois que a gente começa a conversar, a delicadeza, o carinho são realmente impressionantes.
E como se orgulham de seus produtos, de sua terra, de seus desafios!
O trabalho é imenso. Mas essa gente é capaz de coisas incríveis. Vimos uma família que em treze anos transformou uma terra abandonada em uma fazenda linda, cheia de vinhedos e olivais, um criadouro de animais, adegas e um hotel de charme.
Eles domam o solo, a seca, o clima. Estudam e dominam o cultivo de cada casta de uva. E o vinho que fazem é a legitima expressão da diversidade dessa terra. Por isso, quando chega a hora de voltar, já temos saudade do que vamos deixar para trás.
Antes disso, vamos à Bica do Sapato, o restaurante que o pessoal do Papaçorda montou em Santa Apolônia em sociedade com o ator John Malkovich e a atriz Catherine Deneuve. Um brunch diferenciados contemporâneo nos aguarda, depois do festival de tradição que vivemos durante a semana no interior.
sábado, 12 de novembro de 2011
É uma das mais tradicionais casas produtoras de vinho. Em 1884, quando seu fundador ainda era vivo, mandaram barris de moscatel de setúbal para o Brasil. Não conseguiram vender e tiveram que voltar com os barris. Quando provaram, viram que o vinho estava melhor. De alguma maneira, a travessia do Atlântico havia contribuído para o envelhecimento do moscatel. Esses vinhos passaram a se chamar os Torna Viagem. Isso passou a ser feito nos anos de grandes colheitas, ate os anos 50. Hoje apenas os colecionadores possuem tais vinhos, mas em 2000, para comemorar os 500 anos a JMF embarcou seis toneis para o Brasil no Navio-escola Sagres. Hoje eles estão expostos no museu. Um sétimo tonel ficou em Portugal e foi chamado de testemunha. Um dia -dizem eles- vão abrir e ver se realmente a viagem melhora os moscatéis.
Quando a JMF fez 150 anos, novamente embarcou toneis no Sagres, desta vez para uma volta ao mundo. De novo deixaram um em Setúbal como testemunha. E também guardaram o grupo no museu da vinícola. Será que um dia terão coragem de abrir e comparar os vinhos? Melhor manter a lenda, não é mesmo?
A casa dos Horacios
Pra quem não conhece, passar uma semana viajando pelo interior de Portugal, de vinícola em vinícola provando vinhos de cada lugar, pode parecer apenas diversão e prazer. Claro que é divertido e prazeiroso, mas essa é também atividade muito séria para profissionais do ramo . Às dez da manhã, já deixamos mais um hotel e estamos prontos para mais uma degustação. Vamos experimentar pelo menos cinco vinhos diferentes nesta primeira parada. É assim três vezes por dia. Com cada prova de vinhos vem duvidas, perguntas, muitas anotações, críticas e elogios.
Foi assim aqui na Casa Agricola Horacio Simões. Bisavô, avô, filho e netos: quatro gerações na produção de vinhos como o moscatel de Setúbal e o Moscatel Roxo, os vinhos de sobremesa. Uma casa familiar e que por isso mesmo, enfrenta bem tanto a crise quanto as mudanças do clima que provocaram uma pequena baixa na produção.
A moscatel é uva antiquíssima, nativa da Alexandria, mas que se espalhou pelo mundo. Há moscatéis na França, em Portugal, na Itália, na Austrália, no sul do Brasil. Na região de Setúbal , faz-se vinhos de sobremesa com a moscatel de Setúbal, uma adaptação local da casta de Alexandria e moscatel roxo, a variedade tinta. Os moscatéis de Setúbal, 10 e 20 anos são algo de excepcional: quase castanho claros, doces inicialmente, com um amarguinho de compota de casca de laranja no final que é realmente interessante. No copo, o perfume que permanece é o de figos com mel. Os passitos italianos são mais doces, os muscat franceses, mais amadeirados. Estes portugueses, sobretudo os mais velhos, são mesmo vinhos muito especiais.
A quinta da Bacalhoa
O palácio, construído no século XV, pertenceu aos reis de Portugal. No século dezesseis, os herdeiros do vice rei das Índias reformaram todo o palácio que ganhou jardins, fontes painéis de azulejos . Hoje, a Quinta dá nome a um dos mais conhecidos vinhos portugueses e faz parte da rota dos vinhos na região de Setúbal.
Numa das varandas do palácio, transformada em sala de almoço, tivemos outra aula de historia e de vinhos, à mesa, como preferem os portugueses.
Começamos com o espumante Loridos, servido com castanhas cozidas.
Onze de novembro é dia de São Martinho, um dia para comer castanhas e beber vinhos, de acordo com nossos anfitriões.
O queijo do Azeitão , amanteigadissimo, cem por cento ovelha foi nossa entrada, com um vinho branco com 50 por cento de uvas sauvignon blanc, 25 por cento de semillon e 25 por cento de alvarinho. Com o arroz de pato, tomamos o tinto Quinta da Bacalhoa, com noventa por cento de cabernet sauvignon. E em seguida o Palácio da Bacalhoa, com mais madeira, mais concentração. Um vinho mais moderno, talvez. Leva 10 por cento de Petit verdot, trinta por cento de merlot e 60 por cento de cabernet sauvignon. Com a sobremesa, um sorvete de queijo com petit gateau, o moscatel de Setúbal, 100 por cento. E depois o esperado moscatel roxo, um vinho raro. O moscatel junto com o Porto e o Madeira forma o trio dos vinhos generosos de Portugal, os vinhos licorosos.
Os copos usados no palácio são desenhados especialmente para vinhos portugueses, tanto brancos quanto tintos. Os moscatéis são servidos em copos menores.
É tempo de castanhas portuguesas
Molhar em água e dar um golpe nas castanhas para que os temperos possam penetrar.
Cozinhar com erva doce, pimenta do reino, noz moscada, canela e sal grosso.
Quando as cascas praticamente arrebentam, as castanhas estão macias e prontas.
Hummmmmmmmmmmmm
Quinta Dona Maria de vinhos e amantes
D. João V em meados do século dezoito a Dona Maria, sua amante. É ela que dá nome aos vinhos feitos aqui por Júlio Bastos, produtor e enólogo. São vinhos de extrema elegância.
O rosé é -ao contrário de outros produzidos no Alentejo- muito claro, quase branco. Delicadíssimo. O Amantis viognier, tem um leve defumado, "sabe ao xisto" do terreno em que nascem as uvas.
Os tintos ricos em especiarias tem toques aveludados. Diz Júlio que gosta dos vinhos austeros e é isso o que ele faz. E bem .
Provas de vinho são aulas para os nossos sentidos. O desafio é que nem sempre a gente está "com boca" para provar, experimentar, apreender. São muitas provas. De manhã, de tarde e à noite. Tres vezes ao dia. cada uma tem, no mínimo, seis vinhos. Provamos, sentimos o vinho e, sim, cuspimos fora. Senão o corpo não agüenta. Mas são aulas incomparáveis. O que se apende aqui, não se esquece jamais.
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Que syrah
Ah, que syrah, que syrah,
Que andam degustando pelas vielas
Que andam sussurrando em versos e provas
E olha que está longe lá de Bucelas
Provamos vinhas velhas, barricas novas
Estamos perguntando se tem Madeira
Se é um vinho tinto de trincadeira
E já experimentamos a garrafa inteira.
A nos não nos importa, Madeira ou não
Ou mesmo se é Arinto ou Vaz Antão
Já fui pra herdade, quinta e boteco.
E só Água de Pedras cura o excesso.
Tenho um belo blog, não tenho acesso.
Um mundo sempre novo, o da degustação.
Um monte de guloso, sem educação.
Atacando a mesa sem solução.
Sempre falando alto, num bafafá...
E isso não tem jeito e nunca terá
É tudo brasileiro, não alfrocheiro.
Termina em bebedeira e vermelhidão...
Mas com o Alentejo no coração.
Estamos em Estremoz, no São Rosas, o restaurante de Margarida Cabaço, produtora de vinhos alentejanos. Provamos o Monte dos Cabaços branco, o tinto e o reserva e o Margarida. O curioso é que Margarida tem uma adega formada por mulheres. Suzana Esteban, da Quinta do Crasto é a enóloga consultora e a enóloga residente é Marta Matos. Margarida gosta de misturas inusitadas. Junta uvas Alvarinho, do norte com Antão Vaz, do sul e olha que o resultado é bem legal. O Margarida tinto tem 96 por cento de syrah , mas tem 4 por cento de viognier que fazem a diferença. Como uma rendinha, dá uma suavidade, uma delicadeza ao todo do vinho.
Depois, Tiago Cabaço, o filho de Margarida, apresentou seus vinhos: Ponto.com, Ponto.beb e Blog. O primeiro , feito de touriga nacional e aragonês, trincadeira de vinhas velhas e uma gota de cabernet sauvignon.
Um segundo ponto com é um bivarietal, de syrah com touriga nacional, fruta pura, sem madeira. Vinhos divertidos, curiosos, muitíssimo bem apresentados pelo produtor. O Blog 2009 é um vinho moderno, feito com as tradicionais touriga nacional e alicante bouschet. E o 2010 tem alicante bouschet com syrah . Ah que syrah, que syrah que andam degustando pelas vielas... Que andam sussurrando em versos e provas...
O Esporão
A Herdade é de 1267, mas foi comprada para a produção de vinhos pouco antes da Revolução dos Cravos. Desde os anos oitenta, produz vinho e azeites que são exportados para o mundo inteiro. A Herdade do Esporão é uma potência: tem um faturamento anual de 35 milhões de euros, só em vinho.
Não a toa, foram eles que criaram o primeiro complexo enoturístico de Portugal. No momento, o complexo está em reformas e fica pronto em março de 2012.
Mesmo assim, os responsáveis pela Herdade nos receberam para um almoço e prova de vinhos. Começamos com um rosé, feito de uvas syrah e aragonês , o Defesa 2010 para acompanhar pães alentejanos e os azeites da casa: o seleção, o de galega, o dop moura e o cordovil, além das azeitonas da variedade cobrançosa, marinadas no azeite e alho.
As linhas de vinhos feitos aqui são: Monte Velho, Defesa, Esporão e , claro, os especiais só engarrafados nos melhores anos: Garrafeira, de syrah e alicante bouchez e Torre, feito de alicante bouchez e touriga nacional.
O almoço começou com a tosta de pão com salada de polvo e azeite de ervas e depois uma entrada quentinha: cogumelos recheados com o queijo de ovelha alentejano. Com ela, o Esporão branco 2010, um vinho que eles chamam de "branco de inverno", uma mistura das uvas antão vaz, fermentadas em inox com arinto e roupeiro, estas fermentadas em barricas de madeira.
Em seguida, o bacalhau Esporão, servido com o Garrafeira- private selecion , 2010, com noventa por cento de semillon branco. O assado de porco alentejano também à moda da casa já foi harmonizado com tintos. O private selection , garrafeira 2008 e o torre, 2007- que ainda não entraram no mercado. Uaaaau! Entendam: são vinhos especialisssimos que não foram lançados ainda para a venda. E nós experimentamos em primeiríssima mão. De sobremesa, a Sericaia, um doce típico e delicioso. Este com um Tawny, 10 anos da Quinta dos Murças, um Porto. Uma refeição para jamais esquecer na vida!
quarta-feira, 9 de novembro de 2011
Herdade Grande, na Vidigueira. A genealogia do vinho
Vimos como são engarrafados os vinhos, com o uso de maquinas, mas ainda de maneira bem artesanal.
Das oliveiras, de azeitonas galega e cobrançosa , faz se o azeite da herdade grande. Este nao é prensado aqui, mas na cooperativa.
A propriedade tem 350 hectares de planície alentejana: 60 hectares de vinhas, 40 de oliveiras e o restante de cereais e pasto. Aqui vimos as vieiras protegidas por tubos plásticos, uma a uma. São defesas contra as lebres e as fuinhas.
O carismático Antônio Baião Lança é o proprietário. A família dele faz vinho no Alentejo há 100 anos. A filha, Mariana Lança é engenheira agrônoma , com mestrado em enologia. O que o pai fazia por intuição, na base da experimentação, Mariana faz com a técnica aprendida na Universidade.
Herdade da Malhadinha Nova
No universo dos vinhos portugueses, vamos sempre que são produzidos em Quintas e Herdades. Aqui no Alentejo aprendemos de onde vem essa nomenclatura. No século XII , os portugueses expulsaram os mouros, que haviam invadido toda a Península Ibérica. A expulsão começou pelo norte do país em batalhas terríveis. Quando tomavam as terras, os nobres as ocupavam e exploravam. Foi feito então um acordo com o rei D. Afonso Henriques: um quinto da produção da terra , iria para o rei, como imposto. Daí o nome quinta. Quando a expulsão dos mouros chegou ao sul, as terras eram mais pobres e menos produtivas, porém mais vastas, na planície. Os guerreiros mudaram o acordo. Essas terias seriam passadas de pai para filho, como herança, sem qualquer imposto. Nasceram aí as herdades.
Até a próxima.
Sandra
Partindo para o Alentejo
segunda-feira, 7 de novembro de 2011
Nosso equipamento continua preso na alfândega portuguesa. Com ajuda do pessoal da Globo Portugal e do Consulado Português em São Paulo, conseguimos a liberação. Mas tudo só será possível nesta terça-feira, dia 8 de novembro, portanto e depois do meio dia. Nem adiantou estressar. Então fomos ao Paco, uma simples marisqueira na Avenida de Berna, 46. Eu já conhecia a casa desde 2008, quando cá estive, como dizem os lisboetas, para gravar a série 1808, A Corte no Brasil para o Bom Dia e a GloboNews. Era no Paco que conseguíamos jantar depois de um dia inteiro de gravações. Este ano, em março, estive em Lisboa novamente e retornei ao Paco. Fiquei contente de ser reconhecida pelo dono. Pois hoje de novo, foi só entrar e ele me reconheceu e nos atendeu com o maior carinho. Almoçamos um arroz de mariscos que tinha lagosta, camarão, mexilhões, amêijoas, tudo ocupando é bichinho do mar. E fomos muito bem servidos. Sem equipamento, mas de barriga cheia. Agora estamos na torcida para que amanhã dê tudo certo. Torçam por nós.
Até
Sandra Moreyra
Equipamento preso na Alfandega
"Tenho a certeza de que vocês são pessoas de boa índole" - nos diz o funcionário zeloso de deu oficio. " Mas o despachante é nossa garantia."
Creio que enfrentamos aqui os pais da burocracia brasileira. Eles têm muito mais tradição no ramo, anos de experiência. Agora vamos passar o domingo atrás de um despachante oficial.
Alias, despachante, gente, só nesta segunda feira. Eles não trabalham no sétimo dia, claro.
Na segunda, foi um dia inteiro de rodar atras de despachantes que queriam dos cobrar os olhos da cara pela liberação do material. Um drama.
Nossa primeira parada é em Lisboa, uma cidade agradável, com seu jeito antiguinho. A cidade tem sete colinas, portanto muitas ladeiras, ruas estreitas, muitas de paralelepípedo. Adoro os pisos de mosaico de pedra, cada um mais bem feito do que o outro. Pois é , essa é uma grande diferença: as pedras portuguesas daqui, são muito mais bem colocadas do que as nossas no Brasil. Não se vê um desnível. As pedras ficam todas bem juntinhas e são tão polidas que parecem enceradas. Os calceteiros portugueses são mestres. Uma vez vi uma lisboeta toda chique, andando sem vacilar, perto do Mosteiro dos Jerónimos, do alto de escarpins louboutin, aqueles de sola vermelha e salto agulha. Imaginem se fosse na Cinelândia , no Rio!
Hotéis Design
Os portugueses são apaixonados por design. Nas ruas do Chiado e do Bairro Alto, fazem sucesso as lojas de móveis e objetos assinados por grandes desenhistas. Os hotéis com projetos bem contemporâneos também se espalham por Lisboa.
primeiro veio a onda dos hotéis boutique, feitos tem casarões antigos, restaurados e modificados para se transformar em pequenos hotéis personalizados. Depois a onda do design. Alguns aproveitaram antigos armazéns, que transformados em hotel mantém a fachada com imensas janelas e dentro, guardam a surpresa de uma decoração com inspiração japonesa. O Jerónimos 8 , pertinho do Mosteiro e dos pasteis, em Belém, inova até no nome, que é exatamente o endereço do nosso hotel. E a decoração é o mais puro design europeu. Limpa, poucos objetos, tudo bonito.
Sea Me, Feel Me
Conhecemos o grupo de jornalistas que vai fazer parte da visita, todos jitó simpáticos. O melhor foi provar vieiras escocesas, gigantes, levemente grelhadas, chocos ( uma espécie de lula) empanados em sua tinta preta com molho teriaki, sushi de sardinha portuguesa, morno, surpreendente e fresco, tentáculos de polvo braseados, e uma garoupa assada na grelha cheia de sumos naturais, tudo regado no simples azeite português e em companhia de vinhos brancos , Alvarinhos perfeitos. Surpreendente é ver que um restaurante como o Sea Me , com um serviço impecável não cobra uma fortuna. O preço é honestíssimo: os pratos custam de 15a 20 euros. Os peixes, você compra como numa peixaria, paga por quilo e mais 3 euros pelo preparo. Um lugar que vale ser visitado e revisitado, ora pois.