sábado, 12 de novembro de 2011

A casa dos Horacios

casa dos Horácios 


Pra quem não  conhece, passar uma semana viajando  pelo interior de Portugal,  de vinícola em vinícola provando vinhos de cada lugar, pode parecer apenas diversão e prazer. Claro que é divertido e prazeiroso, mas essa é também  atividade muito séria  para profissionais do ramo .  Às dez da  manhã,  já deixamos mais um hotel e  estamos  prontos  para mais uma degustação. Vamos experimentar pelo  menos cinco vinhos diferentes nesta primeira parada. É assim  três vezes  por dia. Com cada  prova de vinhos  vem duvidas, perguntas, muitas anotações, críticas e elogios. 

Foi assim aqui na Casa Agricola Horacio Simões. Bisavô, avô, filho e netos: quatro gerações na produção de vinhos como o moscatel de Setúbal e o Moscatel Roxo, os vinhos de sobremesa.  Uma casa familiar e que por isso mesmo, enfrenta  bem tanto a crise quanto as mudanças do clima que provocaram uma pequena  baixa na produção. 

A moscatel é uva  antiquíssima, nativa da Alexandria, mas que se espalhou pelo mundo. Há moscatéis na França, em Portugal, na Itália, na Austrália,  no sul do Brasil. Na região de Setúbal , faz-se vinhos de sobremesa com a moscatel de Setúbal, uma adaptação local da casta de Alexandria  e moscatel roxo, a variedade tinta.  Os moscatéis de Setúbal, 10 e 20 anos são algo de excepcional:  quase castanho claros, doces  inicialmente,  com um  amarguinho de compota de casca de laranja  no final que é realmente interessante.  No copo, o perfume que permanece é o de figos com mel.  Os passitos italianos são mais  doces,  os muscat  franceses, mais amadeirados. Estes portugueses, sobretudo os mais velhos,  são  mesmo vinhos muito especiais.  

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